Vagão
No vagão
Estou aqui, ele está cheio
Olho para os lados
Muitas vidas soltas ali no meio
Muitas dores e alegrias não compartilhadas
Ninguém sabe quem é quem
E eu ainda aqui meio abandonada
Me sinto sozinha no meio de tantos
Eu nem sei se realmente sinto
Eles não sabem, mas estou segurando um pranto
Quem me dera poder chorar
Só queria derramar minhas lágrimas
Parar de me sufocar
São mesmo tantos rostos
Será que alguém também tá segurando
Poderíamos deixar de ser opostos
Olhares se cruzam e é tão vago
É tão banal olhar um pro outro
Quero gritar, pedir espaço
É rotativo, novos rostos cruzados
Mas tudo continua tão banal
Ainda somos desconhecido compartilhados
Parada final...
O vazio da multidão
E só mais um adeus afinal