Meu nome é um só

Estou ausente, digo, sombras vermelhas e azuis, sons de sirene, mas um gosto de amor...,

digo, te amei? Digo, estranho, digo, convulsionei de medo, digo,

nem tudo são simbolos de silabas e a palavra do mundo nem é uma só, mas meu nome é um só partido em dois e três, que da seis, mais um bicho de sete cabeças

digo, eu nao sei brincar, porque você está  chorando? Digo, imergi no medo do fracasso e da farsa, digo, tenho certeza que falhei, eu falhei, eu falhei, eu falhei, eu falhei, digo,

olhe pro meu corpo espelho, é uma serpente envenenada que dispara num bote e eu chamo de amor preciso, digo, preciso para manter incluso, preciso para manter amor, no seu, digo, no meu, digo, no seu,

(inclusive eu agradeço ao tempo e seu vento leve de dia que nem de noite um ventilador suporta mais ultimamente), digo, na verdade a um bom tempo que tudo anda como um furacão de lentidão,

digo, mude logo, você precisa mudar urgentemente,

digo, essa sirene vai tocar até amanhã? Essa sirene vai mesmo tocar com essas cores até amanhã, sabe, quem? paga? esse maldito vigia? pra fazer medo? com essa moto? Digo, ja é proibido roubar nazarea sabe, digo,

essa semana saí pra comprar uma dipirona 1mg na farmacia 1hr da manhã andei 7 quarteirões e não acontece nada de novo comigo, digo, uma senhora me informou, digo uma senhora pra quem eu pedi informação me tratou no masculino e eu sou um meninozinho?

digo, algo pelo menos, nunca, digo, uma vez, quando eu era criança, digo quando eu era adolescente, digo, não lembrando, digo não lembro muito bem como foi que cheguei naquele quarto, digo como foi que, digo, quando que, digo,

você sabia

que minha vida

é uma arma

e a arma da minha vida

rasgou o ventre da

minha mãe para que eu

nascesse? digo, minha mãe que rasgou meu ventre

e nossa dor é igual,

digo

é a lei no seu lar de sempre,

nao invente, nao tente, nao falhe;.

digo não esteja nem no seu documento nem no seu corpo serpente, digo, esteja ausente até no seu veneno, até na sua palavra-nome, nem no simbolo da silaba que até na rua, digo

esteja na universidade e saia da rua, digo, volte pra rua e saia da universidade,

coloque seu nome nos postes, nas mesas, nas esquinas, no estranho, no gosto, nas costas sabe... sabe?

A dor da cabeça passa. Sabe?

Deu duas da manha e tomei dois de quinhetos pra dar um, voltei 7 quarteirões com amor e medo na cabeça, dois nomes partido em tres que da seis mais um bixo de sete cabeças e nisso tudo eu sou um só.

Eu sou um só. Digo, eu sou um só quem me vigia é o medo e meu nome é amor, eu sou um só.

Nia Ferreira
Enviado por Nia Ferreira em 07/05/2024
Reeditado em 07/05/2024
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