SOS Mata

Leio poesia sobre o verde,

Verde mato compacto.

Agoniza-me ver minhas crianças,

Perguntarem pra mim o que é a mata?

Mata berço da humanidade,

Mata que abriga a variedade,

A cura pra tantas doenças,

Algumas que o próprio homem criou.

Mata Atlântica, mata rica,

Bichos, pássaros de toda cor,

Tua vida se extingue, nas mãos do teu opressor,

Mata desmatada, onde está teu verde de vida?

Onde foi desabrochar a beleza da tua flor?

Mata, o homem te mata, Mata também a si,

Leva ao caos o seu sustento,

O céu pede por socorro,

A terra treme, o calor aumenta.

Chora tuas árvores feridas.

Não tem quem diga:

Socorram as nossas matas!

Basta de cortes, as queimadas, o desmatamento desgovernado!

Bastam de tantos incêndios, balões no céu a anunciar:

Tua morte, tua inexistência, oh mata desmatada!

Não há quem por ti queira chorar,

Talvez não resistas mais tanto sofrer,

Tanta falta de cuidado,

O fogo, as chamas que te consome,

A todos nós consumirá,

A falta do teu ar puro,

Fará nosso peito congelar.

Oh! Mata, mata dos meus primórdios,

Dos índios, dos que te viram crescer,

Somente teu retrato nos livros se faça ver.

Se pudermos sobreviver sem ti,

Já que estás em estado moribundo,

Acaba tua vida, oh! Mata,

Acaba-se também o mundo.

Que diremos nós?

Que faremos por você?

Não entendem que sem ti, é impossível viver.