Quem são esses escravos das horas

que forjam seus passos como um eclipse?

Quem são esses seres corrediços

que parecem viver sob um eterno apocalipse?

 

Quem são esses apressados bípedes

que pintam a morte como um desgraça?

Quem são esses animais insensivelmente tolos

que a desconhecem como a humana graça?

 

Quem são esses filhos diletos de Cronos,

que há milênios insistem em ignorar

que o processo das coisas é natural?

 

Quem são essas crias anti-evolutivas,

que recriam a ignorância na vida diária

esquecendo que o tempo é algo banal?