MUNDO VIL
Em meio a essa selva de pedra
Meus olhos cansados procuram uma réstia de luz
Minh' alma está aprisionada tal qual acuada fera
Meu corpo exaurido já não sabe onde me conduz
Profundo desencanto se apodera de meus passos
Paralisando-os neste lodaçal de caminhos obscuros
Minhas mãos se erguem em súplica à procura de espaço,
Estou sufocada entre as paredes de concreto e os muros
O ser humano se perde em turbilhões que o mundo impõe,
A beleza se foi há muito e deu lugar à selvageria
O gestos são covardes, a ganância se sobrepõe
Aos anseios de felicidade e de harmonia
Somos irmãos e tão distantes de nós mesmos
Somos criaturas desacreditadas e sem amor,
Somos retirantes descrentes vagando a esmo,
Somos o refugo de nossa ambição e desamor...
Janeiro/2004
Vitória-ES