Aos poetas russos

Á! A poesia russa e seus poetas

com seus semblantes de ferro.

Agora minha mente está cheia de vermelho e marrom,

nucleares usinas, tanques e rostos de Lenin e de Stalin

Meus ouvidos ardem de medo ao sons de coturnos em marcha

marcando a neve e o barro.

Minha alma esqueceu dos serrados, dos céus estrelados e dos

jardins tropicais.

Ela quer marchar pelas planícies brancas e pelos montes Urais.

Marchar com a poesia talhada em aço e ferro

Ternura escondida sob as fardas

e sob os capacetes, nas trincheiras.

Camaradas de Mayakovsky

que aprendi a amar nos idos

anos sessenta.

A poesia venceu a Ideologia

A guerra quente

A guerra fria

O império, os invernos e o Kremlin

Mas e a solidão ?

A nostalgia do que poderiam

ter sido.

Existem novos inimigos agora:

O fast food, global brands, os Falsos Profetas.

Milhares de crianças e mães ainda tombam de fome

todo dia na África.

A estratégia de extermínio agora é outra,

Os campos de concentração não tem cercas,

e o arame farpado rasga é por dentro

O ditador não tem nome, nem rosto,

e já entrou por certo em seus jardins

e pisoteou suas flores.

Mais do que nunca soldados das palavras

Saquem suas penas

e lutem como jamais lutaram

Por uma Camelot pra todos

" They may say you are a dreamer

but I know you are not the only one"*

*Adaptação de J.Lennon