Poesia, canto e voz
Que minha poesia fosse canto
E cantasse a voz dos que não cantam
E então o silêncio (muda aquiescência)
Não mais existiria
Que minha poesia fosse voz
E falasse a voz dos que não falam
E gritasse a voz dos que sofrem
Calando
a voz daqueles que ditam
ordenam
dominam
Que minha poesia fosse um brado
e ecoasse
E fosse a voz dos desvalidos
Dos solitários e dos mendigos
Dos bêbados das prostitutas dos presos
Dos excluídos de toda sorte
Que minha poesia fosse canto e voz
E levasse alívio às dores
Que marcam o mundo