Mãos Mutiladas

Atrevida candura

Que alucina a alma

Revestida de rima

Caminhante ao acaso

Suntuosa criatura

Deslizante pela madrugada

Grita sangrando

Com as mãos mutiladas

Matem, matem a poetisa!

Sua poesia é denunciadora

É serva da Verdade

Arauto da justiça

Matem a poetisa!

Despida na rua

Com trajes indecentes

Adornada com suas jóias

Espanto dos transeuntes

Pasmo dos mentirosos

Incrédulos a ridicularizam

Oh, foi descortinada a cilada.

O véu que os encobria

Foi jogado ao chão

Onde esconderão vossa falta?

Oh sim, matem a poetisa!!

Mas quem de vós conseguirá

O poema exterminar?

Sim, vocês fogem

Enquanto ela vai

chorando a vossa sorte

punindo o homem

Fazendo revoltas

Removendo os resíduos do teu pecado

Do mundo que grita

Que gira em sua mente

Tu a dizes que ela está louca

Acusa-a por dizer a verdade

Oh sim, o mundo é uma cadeia

de grades sordidas e invisíveis

Mas ela não desiste

Fala ao coração contrito

Sussura bonança ao inocente sofredor

Espalha luz ao que agoniza

na porta do governador

Sim, mateis a poetisa

mas eternamente sentireis

As gotas do sangue.

Em cada sentença de seu verso

Karline Batista
Enviado por Karline Batista em 27/06/2008
Reeditado em 27/06/2008
Código do texto: T1054195
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