NÂO ME CALAREI

Sempre lutei

no meu trabalho

pela liberdade

e igualdade…

não percebendo

a profundidade

de minhas palavras

vi-me deslocado

castrado

imolado

pelos próprios amigos.

O patrão

de arma sempre na mão

ouvia meus discursos

com relutância

se me dispunha a esclarecer

o trabalhador

sem favor

com toda a elegância.

Ergui alto o pendão

meu coração

que era de todos

os que me ouviam

discutiam

o que tinha para oferecer…

meu ser

todo esse querer

de um vida mais digna

que não se resigna.

No fim

fiquei eu a sós

mas que seria de nós

se não houvesse quem

lutasse por todos

os que não têm voz?

E no final

sem julgamento

veio o despedimento…

afinal

falar do que está mal

como algo residual

incomoda muita gente

indiferente

ao intenso labor

do trabalhador.

Jorge Humberto

10/07/08

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 11/07/2008
Código do texto: T1075305
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