AGONIA DE UM RIO
Latejam, em minha lembrança,
Os meus tempos de criança:
Os mergulhos, rio adentro,
Famílias extraindo o seu sustento,
Outras, lavando louças.
Era um ir e vir de mulheres úmidas,
Equilibrando suas trouxas
Por uma estreita e congestionada avenida.
E rio majestoso, lento deslizava,
Adentrando às verdes matas, abrigava,
Água límpida e abundante.
Hoje, um fio de água morta,
Descrevendo em linha torta,
O suplício de um rio agonizante.