Fora do ar

Tic-tac. Tic-tac.

É preciso de um tempo,

Pois a monotonia invadiu o quintal.

Lá as folhas secas que não servem para pisar.

Já é sabido o começo e o fim.

E o silêncio que corta a garganta,

Que incomoda mais que barulho.

O mundo saiu de órbita,

A galáxia está perdendo um planeta.

E as rádios estão temporariamente fora de ar.

Há esperanças no coração dos humanos,

Tão naturais e previsíveis,

Que pesares não importam,

"Porque pecado é não viver a vida."

Enquanto se procura a felicidade que não lhes servem.

A mudança de palavras por termos diferentes

Que querem dizer o mesmo no final.

Porque pra sempre é o mesmo que sem fim e eterno.

Mas é diferente.

Não é para ser decodificado.

É natural, mas forçado.

Não é para ser forçado, mas natural.

Apesar de que naturalmente falando,

Isso nunca aconteceria.

Já que é da esperança do humano

Que nunca nada mude.

Que o planeta gire em torno de si e do sol pra sempre.

Qual a distancia entre o Sol e o mundo?

Hoje habitam zumbis,

Adormecidos por dentro,

Sem sentir nada,

Só a dor da vontade de ter que comer.

Regidos pela massa,

De ter que ter para poder fazer.

Ela não cresceu, ela mal cresceu

E já virou um zumbi.

Um zumbi que quer sentir novamente.

Mas que a única coisa que sente é a dor

De ter perdido sua humanidade.

Não é para ofender, só para aliviar.

Como se uma criança quisesse fazer cocô,

E estivesse presa, sem poder fazer. Faria?

Não fosse a mãe dizendo que está chegando em casa?

As palavras se calaram.

E os dedos se paralisaram.

E tudo pareceu mais claro antes do fim.

E tudo está fora do ar temporariamente.

Foi bom tê-los como ouvintes.

Sabrina Vieira
Enviado por Sabrina Vieira em 11/09/2008
Reeditado em 10/10/2012
Código do texto: T1173144
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