RITUAL

Som de sirene

Varando a noite,

Quebrando o silencio

Rondando a morte.

Armas de fogo,

Cuspindo balas.

Paredes furadas

Fazendo o povo

Sentir de novo

Pânico e medo.

Janelas fechadas

Detrás escondem,

Anjos sem asas...

Decaídos do céu,

Ao ouvirem os tiros,

Acendem velas,

Ajoelham-se no chão,

Rezando o terço,

Pedindo socorro,

Buscando refúgio,

Nos braços abertos

Que não os protegem,

Pois, as mãos continuam

Pregadas na cruz.

WILSON FONSECA
Enviado por WILSON FONSECA em 06/03/2006
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