Não se liga na norma

Conheci a Norma no asfalto

Disse que mudaria minha vida

Mas ela só quer me controlar

É um porre pior do que bebida

A Norma me perturba

Vive a me criticar

Disse que desmato a natureza

Por ser no morro meu lar

Mas a Norma não percebe

Que é por necessidade

Deve achar que moro aqui

Pra vê toda essa cidade

Cujo emprego ta difícil

Imagine pra quem mora longe

Quatro passagens não pagariam

Teria que virar um monge

A Norma é exigente

E eu malandro nato

Quer que eu tenha luz

Subo no poste e faço um gato

Energia pra funcionar

O aparelho cujo nome não sei

De tanto que a Norma insistiu

Comprei o troço mas não paguei

A Norma quer que eu jante

Lanche, almoce e tome café

Fiz a limpa no mercado

E pus na conta dessa mulher

A Norma só quer me controlar

Quer que eu viva igual a ela

Como não me dão condições

Prefiro da Norma aqui da favela

Lírico Etílico
Enviado por Lírico Etílico em 30/09/2008
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