Esboço da postura

Meu cargo tem uma carga amarga

Que nem mesmo o açúcar adoça

Ou um imperialista embarga

Que me deixa inquieto

E que me expande numa casa sem teto

Visões não tão grandes como um elefante

Nem tão pequenas quanto um inseto

O que deixo pra filho e neto

É que a idéia não morra feto

Fato que deixa mal na fita e na foto

Construo o que destruo momentos antes

Sem usar a mesma forma

Não fazendo mais do mesmo

Acrescentando estilo e forma

Em meio a Caim e Orfeu prossigo métrico, cítrico

Muitas vezes lírico por motivo etílico

Longe de querer ser um ser místico ou sintético

Filho de nordestinos

Não me entrego ao cansaço e nem carrego o fracasso

Pensamentos rudes as vezes finos

O que prego é pensar a cada passo

Para o ego não querer ser o rei do cangaço

Já sinto o odor do predador

Que disfarça e espalha o prazer sendo ele a dor

Produzindo pessoas incrédulas através de cédulas

Dos meus obstáculos faço espetáculos

com histórias em frenéticas épicas

Mesmo não tendo caminhos tentáculos

Tento construí-las com dignidade e ética

características não encontras no CPF

Carteira de trabalho ou no RG

Lírico Etílico
Enviado por Lírico Etílico em 02/10/2008
Código do texto: T1207663