Um tempo novo

Vejo nossas matas gemendo

Pedindo um tempo novo, um alento

Pois no meio de tanto sofrimento

Ela insiste em viver, renascer

Vem a serra, corta as árvores.

Mas os pássaros insistem em voar

O boto ainda é feliz, pois continua cor-de-rosa

As borboletas ainda sorriem frente aos sabiás.

E as flores brotam até entre pedras.

Mas a natureza reclama

Chuvas fortes inundam os rios

E o sol cada vez mais forte

O véu que nos protege agora está aberto

E os seus raios passam livres a nos queimar.

Os leitos dos rios em baixa

Com suas águas cada vez mais poluídas

Chora a natureza, choro eu e você

Caminhamos num chão de dores gemendo!

E muitas vezes nem percebemos

Que junto com ela estamos morrendo

O capitalismo de nossos governantes

Levam-nos a padecer com esse caos.

Matam nossas matas e conseqüentemente

Matam-nos.

Sem ar puro não há saúde

Sem saúde não há caminho a percorrer

Precisamos acordar e cuidar do que é nosso

A natureza.

Lili Ribeiro