Para eles a vida
É apenas um jogo,
O jogo da sorte,
O jogo da morte.

Com armas que furam,
Que queimam,
Que ardem,
Que rasgam
As carnes macias,
De corpos nas ruas
Sem proteção.

São meninos
Que não têm medo de nada.
Não tem piedade,
Nem sabem quem são.

São crianças
Sem esperança
Que moram nas calçadas
Que pedem trocados
Mas não compram pão.

Explorados por adultos
Vividos, malandros,
Que já foram meninos
Perdidos nas ruas
E nunca encontrados.

Que deles abusam
E que sempre os usam
Para livrar-se
Das sentenças impostas
Pelas leis dos homens.

Porque sendo crianças,
Não existe pena
Para os castigar
Por suas fraquezas
De pequenos seres
Que com fome e sede
Começam a roubar

Crianças que vivem
Na incerteza de um amanhã.
Que sem atenção, sem carinho,
Procuram as drogas
E más companhias
E vão prosseguindo
No pior caminho.

Sem lei, sem respeito,
Sem amor no peito;
Nada para temer,
Nada para sentir;

Somente a raiva
Que mina sua alma.
Raiva do mundo
Que da sua janela
Está a assistir.

E destroem outras vidas
Que como as suas
Começam a florir.

São loucos! Dementes!
Exclamam os céticos.
Aqueles que julgam
Sem nada pensar.

Não...Não é isto...
Digo com certeza,
São desamparados;
Apenas crianças
Que não sabem brincar.


Célia poetisa
Enviado por Célia poetisa em 17/10/2008
Reeditado em 22/11/2008
Código do texto: T1233939
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