Redundância

Redundância

Cidade grande tem favela

Que quase sempre é no morro

Um morro cheio de barracos

Feito de sobras e de cacos

Num dos barracos nasce o João,

Que nesse morro vai crescendo

Menino feio, magro e chorão

Quase sem roupa, pé no chão.

E o menino cresce mais

Não conhece o que é escola,

É engraxate, jornaleiro...

Pra conseguir algum dinheiro

Sai de casa de madrugada,

Vai vender o seu jornal,

Papai foi embora virar mundo!

Ficou mamãe, mas não faz mal!

Agora é homem! Lava carro na praça.

Cresceu sem profissão;

Já tem mulher e um barraco,

Também de sobra e de caco.

Não demora nasce o filho, do filho, de João

Que, vai crescer igualzinho ao pai!

Menino feio magro e chorão,

Quase sem roupa pé no chão.

E onde está o presidente,

Que não enxerga essa gente?

É um problema social!

Será que não tem assistente

Nesse país, que diz

Ser tão potente?

Será que ninguém sente?

Deputados, senadores,

Prefeitos, governadores,

Militares, e os maiorais...

Vamos dar um pouco mais!

Prá que tanta riqueza,

Onde tem tanta pobreza?

Pra que tanta pobreza,

Onde tem tanta riqueza!

Ataulso Verissimo
Enviado por Ataulso Verissimo em 28/10/2008
Reeditado em 26/01/2009
Código do texto: T1253250
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