Redundância
Redundância
Cidade grande tem favela
Que quase sempre é no morro
Um morro cheio de barracos
Feito de sobras e de cacos
Num dos barracos nasce o João,
Que nesse morro vai crescendo
Menino feio, magro e chorão
Quase sem roupa, pé no chão.
E o menino cresce mais
Não conhece o que é escola,
É engraxate, jornaleiro...
Pra conseguir algum dinheiro
Sai de casa de madrugada,
Vai vender o seu jornal,
Papai foi embora virar mundo!
Ficou mamãe, mas não faz mal!
Agora é homem! Lava carro na praça.
Cresceu sem profissão;
Já tem mulher e um barraco,
Também de sobra e de caco.
Não demora nasce o filho, do filho, de João
Que, vai crescer igualzinho ao pai!
Menino feio magro e chorão,
Quase sem roupa pé no chão.
E onde está o presidente,
Que não enxerga essa gente?
É um problema social!
Será que não tem assistente
Nesse país, que diz
Ser tão potente?
Será que ninguém sente?
Deputados, senadores,
Prefeitos, governadores,
Militares, e os maiorais...
Vamos dar um pouco mais!
Prá que tanta riqueza,
Onde tem tanta pobreza?
Pra que tanta pobreza,
Onde tem tanta riqueza!