DUAS MIL E NOVE VEZES

DUAS MIL E NOVE VEZES


No Ano que vem, desejo
Que sonhes menos com felicidade
E vivas com ela uma realidade;
Quero que tenhas menos fé em dias melhores
E certezas até nos teus arredores;
Proponho que menos contemples a Natureza
E mais trabalhes em sua defesa.

No próximo Ano, desejo-te
Menos enlatados,
Mais vestes artesanais,
Menos embalagens plastificadas;
Mais trilhas, nascentes e arraiais,
Menos tragédias na TV,
Mais respeito pelos ancestrais,
Menos tramóias por um cachê,
Mais amizade pelos demais...animais.

No ano que vem, quero que tenhas
A gratificante experiência de ver
O pôr-do-sol na Praia do Jacaré;
O prazer campestre de ouvir
O piado de uma I-nha-bu-a-pé;
A grandeza de poder falar
Ao ouvido de um Chimpanzé.

No próximo ano sugiro que renuncies
À febre dos eletrônicos,
Ao luxo dos couros macios,
Às penas de aves raras:
São hábitos anacrônicos!
Anacrônicos também são
As derrubadas de árvores,
Aves engaioladas,
Cães abandonados,
Cavalos escravizados.

Atual é saber que a nossa lua
É apenas uma das milhões de luas
Que vagam por aí.
Moderno é ser gari:
Catar lixo nas ruas,
Limpar lagos e rios,
Onde bebem nossas reses;
E topar esses desafios
Duas Mil e Nove vezes.

Abraços efusivos...

Sandra Fayad Bsb
Enviado por Sandra Fayad Bsb em 30/12/2008
Reeditado em 31/12/2008
Código do texto: T1360442
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.