Noites

Noites

Noites intermináveis!

Que deixam cabeças confusas!

Estalos sinistros invadindo almas...

Terra sagrada

Em mistério profundo

E um silêncio que não se cala...

É um desejo ávido de ser livre!

As pisadas

São alarmes no meio da noite...

Em folhas secas

Pés feridos vagueiam

E o destino é um mistério!

E mais uma noite se rompe...

Uma solitária estrela anuncia...

É quase dia!

E mais uma vez

Os pássaros pedem passagem

Talvez testemunhas que se ocultam

E em seus cantos

Para amenizar a dor

Com receio de também

Roubarem suas liberdade!

E o que era escuridão

Agora dá lugar a estrela

O sol!

Que em corpos feridos

Faz brotar o suor

E o sal

Se transforma em remédio

Para a cura da pele

Que fica à espera

De mais uma noite!

Uma interminável noite!

Noites...

O brilho da resistência

Está no olhar do inocente

Que é cravado no horizonte

Talvez perdido

Mas...

Para quem tem a dor como aliada

Tem também no peito

A força para gritar:

- Eu estou aqui!

Mas,por amor à liberdade!

Salve Dandara,salve Zumbi!

Tinga das Gerais

Mestre Tinga das Gerais
Enviado por Mestre Tinga das Gerais em 02/01/2009
Reeditado em 29/06/2014
Código do texto: T1363333
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