Noites
Noites
Noites intermináveis!
Que deixam cabeças confusas!
Estalos sinistros invadindo almas...
Terra sagrada
Em mistério profundo
E um silêncio que não se cala...
É um desejo ávido de ser livre!
As pisadas
São alarmes no meio da noite...
Em folhas secas
Pés feridos vagueiam
E o destino é um mistério!
E mais uma noite se rompe...
Uma solitária estrela anuncia...
É quase dia!
E mais uma vez
Os pássaros pedem passagem
Talvez testemunhas que se ocultam
E em seus cantos
Para amenizar a dor
Com receio de também
Roubarem suas liberdade!
E o que era escuridão
Agora dá lugar a estrela
O sol!
Que em corpos feridos
Faz brotar o suor
E o sal
Se transforma em remédio
Para a cura da pele
Que fica à espera
De mais uma noite!
Uma interminável noite!
Noites...
O brilho da resistência
Está no olhar do inocente
Que é cravado no horizonte
Talvez perdido
Mas...
Para quem tem a dor como aliada
Tem também no peito
A força para gritar:
- Eu estou aqui!
Mas,por amor à liberdade!
Salve Dandara,salve Zumbi!
Tinga das Gerais