Sem cavalos para alimentar, rala é a paz

As naus que hoje vão a matar além mar

não desatracam de roma, saem da Grécia

porões mercantes atulhados da morte já

estafetas de marte alufados no de aqui até lá

deuses antigos desdenhados

nada fazem por inimigos

destes ciclopes novéis

não são os pares de Jasão

Nem o velo de ouro buscam

levam pólvora, chumbo e bala

e vão explodir mesquitas

hospitais, escolas

matar mulheres e crianças

em justa causa pela nuncapaz

nem cruzados nada são

nem cálice algum buscarão

só ambulantes da morte

espertos de sorte e vis

equilibrados em cadáveres civis

O siroco soprará de lá para cá

o calor das explosões,

é inverno mas virão monções,

primaveras, verões

pecadores todos terão seus quinhões

prometem profetas pelo Corão, pela Torá

na terra prometida gente nela já havia

Escreva-se uma outra lenda

Em que o sangue não seja a tinta.