CÍRCULO VICIOSO

Esquinas assimétricas,

alinhavando prédios, onde impera

o mau gosto e a indiferença,

quer pelo corte inestético, quer

por uma falta total, de sensibilidade,

erguem-se, aqui e ali,

formando novas cidades.

Com suas cores aberrantes e

excessivas, logo se percebe, que

algo está fora de seu contexto,

ao vistoriar estes novíssimos edifícios,

onde insectos voltejam, tontos

de janelas, que preenchem, por

inteiro, fachadas irregulares.

Em seu desenho original, existe

uma imensidão, de varandas e de degraus,

de onde emergem, paredes conspurcadas.

Ambulantes vícios,

isentam-se do cimento, indo

instalar-se, onde predomine o fétido,

do «não» humano, do «não» vida,

numa aniquilação sem retorno.

Ali tudo se compra e se vende,

enquanto as chuvas, formam poças,

de águas mortas, para uso futuro.

Soam gritos, noite dentro;

e, as ruas, insensíveis, são testemunhas,

de mais um corpo sem vida, caído no chão.

Jorge Humberto

05/02/09

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 06/02/2009
Código do texto: T1425342
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