Sabemos quem somos

A maldição, infelizmente, é uma benção

na boca de quem ama a ignorância,

porque não tem palavra, tem arrogância,

para dizer o que tem em mente, em vão.

O homem, que não tem nada a perder,

é a mais perigosa, deste mundo, criação.

Em qualquer sociedade, dez desses precisos não são

para a transformação, para o mundo padecer.

A prisão de nossa mente é predominante,

mas procuramos não ter medo da cultura dominante.

O que ela fará conosco? O quê?

Que já não tenha feito. O quê?

Ensina que os negros viviam em cavernas,

que se balançavam em cima das árvores.

Que os índios eram selvagens aborígines,

enquanto os brancos eram, dos cantos da Terra, patriarcas.

O índio não era selvagem em sua própria concepção.

Os negros nunca aquilo fizeram.

Os negros uma raça de reis eram.

Enquanto os "brancos" rastejavam na Europa; quem são?

Quase tudo que você sabe hoje, a dominante ensinou.

Adorar um Jesus loiro e de pele clara, aceitou.

Mas Jesus era judeu, pés de bronze tinha

e cabelos como a pele de um carneiro mantinha.

Se a dominante joga–nos o osso,

então devemos esquecer 500 anos de opressão?

Deixa–nos cantar, sorrir, dançar, sendo oneroso.

Deixa um "marginal" adentrar a Universidade por uma seleção.

Mas isto não anula o maior crime da história.

Ver com os olhos livres: a realidade.

Ler por trás das palavras: a iniqüidade.

Conquistar dela o que não temos: eqüidade.

Para saber o significado real da palavra: integridade.

Nenhum de nós é Deus para dizer

quem é bom ou mau no seu viver,

impondo uma verdade a crer,

e punindo a quem seu mandamento não obedecer