F_O_M_E

O mundo que aparece ante vós

Que aclama meu nome em metáforas

Esse jamais me sentiu, não me conhece

Me usa, em tropos semânticos de palavras.

E tu homem, a quem me expresso

Da forma precípua e primeira que me criastes

Não me confundas com desejos da tua espécie

Eu sou a mais suprema necessidade.

Fome de saber, fome de alcançar, FOME?

Desejos figurados a que emprestas meu nome

Não condiz usar-me em formas de vontade

Eu sou a mais essencial necessidade.

E vós poetas! Livres escultores de palavras

Que nas analogias, semânticas e metáforas

Avivam em versos protestos de sobrevivência

Para vós, sou algo mais que necessidade

Sou o grito aflito da urgência.