QUEBRA-CABEÇA

Talvez até seja admirável –– para poucos,

que em sacos de lixo se encontrem,

entre matéria indesejável,

elementos como a família, o indivíduo

a sociedade, a arte

a Bolsa de Valores

as reflexões complexas

a morte, o meio ambiente

as estrelas, a terra

até o "céu" pode ser visto nos recipientes fétidos

que as casas oferecem como escória.

Que importa a família, se não vê o indivíduo!

Que dizer do indivíduo, se a sociedade o exclui!

Esperar o que, da sociedade, se olha para a arte de soslaio!

Que importa a arte, se mais vale a Bolsa de Valores!

Comentar o que, da Bolsa de Valores, se nela não estão as reflexões complexas!

E como confiar nessas reflexões, se não explicam a morte!

De que jeito odiar a morte, se não atentar para o meio ambiente!

Suportar o meio ambiente, como, sem estrelas pra cismar!

Que importam estrelas, se nelas nada há escrito sobre o céu!

Para que o céu, se discrimina mais que a terra!

Que se faz na terra, se o céu eternamente existe!

E o dono do céu, que faz, que não escreve “claro” nas estrelas?!

E elas, que parem de ameaçar cair em nosso meio ambiente...

E o meio ambiente, como não exalar morte!

E a morte, não foge das reflexões complexas, por quê?

E por que tais reflexões não chegam a todos a Bolsa de Valores?

Seria porque a Bolsa de Valores não quer acordo com a arte?!

Se for, é porque a arte fala que a sociedade a rejeita?

A sociedade faz rejeição também ao indivíduo!

A ele, que constrói a família!

E esta mesma o despreza!?...

Ai, meu Deus, aonde estas pedras levam?

Por que, incompatível, tudo se corrói?...

Deixa eu jogar mais um saco no caminhão do lixo...

Já sei, em dezembro pergunto a Papai Noel

como se combinam esses e outros valores...

E ele (na melhor das intenções) me dirá alguma coisa embriagante, que é para eu suportar mais um ano, quieto... Mas tudo bem, será natal, mesmo...

Antonio Leal
Enviado por Antonio Leal em 26/02/2009
Código do texto: T1459173
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