QUEBRA-CABEÇA
Talvez até seja admirável –– para poucos,
que em sacos de lixo se encontrem,
entre matéria indesejável,
elementos como a família, o indivíduo
a sociedade, a arte
a Bolsa de Valores
as reflexões complexas
a morte, o meio ambiente
as estrelas, a terra
até o "céu" pode ser visto nos recipientes fétidos
que as casas oferecem como escória.
Que importa a família, se não vê o indivíduo!
Que dizer do indivíduo, se a sociedade o exclui!
Esperar o que, da sociedade, se olha para a arte de soslaio!
Que importa a arte, se mais vale a Bolsa de Valores!
Comentar o que, da Bolsa de Valores, se nela não estão as reflexões complexas!
E como confiar nessas reflexões, se não explicam a morte!
De que jeito odiar a morte, se não atentar para o meio ambiente!
Suportar o meio ambiente, como, sem estrelas pra cismar!
Que importam estrelas, se nelas nada há escrito sobre o céu!
Para que o céu, se discrimina mais que a terra!
Que se faz na terra, se o céu eternamente existe!
E o dono do céu, que faz, que não escreve “claro” nas estrelas?!
E elas, que parem de ameaçar cair em nosso meio ambiente...
E o meio ambiente, como não exalar morte!
E a morte, não foge das reflexões complexas, por quê?
E por que tais reflexões não chegam a todos a Bolsa de Valores?
Seria porque a Bolsa de Valores não quer acordo com a arte?!
Se for, é porque a arte fala que a sociedade a rejeita?
A sociedade faz rejeição também ao indivíduo!
A ele, que constrói a família!
E esta mesma o despreza!?...
Ai, meu Deus, aonde estas pedras levam?
Por que, incompatível, tudo se corrói?...
Deixa eu jogar mais um saco no caminhão do lixo...
Já sei, em dezembro pergunto a Papai Noel
como se combinam esses e outros valores...
E ele (na melhor das intenções) me dirá alguma coisa embriagante, que é para eu suportar mais um ano, quieto... Mas tudo bem, será natal, mesmo...