VOLTAS
Um pião, uma carrapeta bailam
na capital dos sonhos...
Uma mãozinha empurra um carrinho
de pneus de tampinhas no chão;
um cata-vento de palha enlouquece ante uns olhinhos surpresos.
“Vem linha!”, uma pipa pede pra voar,
ganhar o azul, encantar...
Uma bola, de meia, de pé em pé...
A amarelinha, os saltinhos...
Gira-gira, pula-pula, a cordinha passa passa...
Mãos dadas, cirandando...
Tempo, tempo... progresso, invento dentro da gente
dá na mão outro brinquedo, segredo...
Má-conha, coca-ína,
Heroína sem proeza...
Craque sem bola...
A batalha num momento se resolve...
Voz forte é a do revólver...
A morte, o medo
mote dos que não criam,
não riem
não criançam mais...