VOLTAS

Um pião, uma carrapeta bailam

na capital dos sonhos...

Uma mãozinha empurra um carrinho

de pneus de tampinhas no chão;

um cata-vento de palha enlouquece ante uns olhinhos surpresos.

“Vem linha!”, uma pipa pede pra voar,

ganhar o azul, encantar...

Uma bola, de meia, de pé em pé...

A amarelinha, os saltinhos...

Gira-gira, pula-pula, a cordinha passa passa...

Mãos dadas, cirandando...

Tempo, tempo... progresso, invento dentro da gente

dá na mão outro brinquedo, segredo...

Má-conha, coca-ína,

Heroína sem proeza...

Craque sem bola...

A batalha num momento se resolve...

Voz forte é a do revólver...

A morte, o medo

mote dos que não criam,

não riem

não criançam mais...

Antonio Leal
Enviado por Antonio Leal em 27/02/2009
Código do texto: T1459570
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