ESPECTROS

As luzes querem dormir
o sol já descansa
das trevas surgem espectros
não são fantasmas
meros navegantes da noite
aturdidos
sofridos
frígidos
rígidos
famintos cães sem donos
(as donas também os abandonaram)
tão somente bêbados atrasados
acovardados
poetas sem lápis nem papel
apenas uma boca com a língua travada
mas liberta de seus grilhões sensores