CHUVA PARA AS TERRAS
Contavam uns velhos amigos,
que nos pagos, muito antigos,
houve uma época em que na gleba
nada mais nascia, só morria.
Então os fazendeiros e outros pioneiros
resolveram se combinar
e contratar lá da cidade
carros-pipa e, também das usinagens,
com muita água para regar as plantações
já que as queimadas transtornaram,
tudo estava derretente num sol fervente,
que a tudo queria tisnar.
Mas a água não bastava
para saciar tamanha estiagem.
Então mais e mais carros vieram
até de lugares longínquos
para ver se aplacavam
o deserto em que o chão se tornara.
Foram muitas jornadas transportando
Aquele material precioso e necessário.
Até que os fazendeiros e seus parceiros
Já não podiam mais suportar
Tamanha expensa com todas as viagens.
Refletiram e se voltaram para Deus,
e fizeram suas preces resignadas,
constrangidos, sabendo que haviam esquecido
do verdadeiro dono de toda a água
que na terra pode existir.
E as misericórdias de Deus desceram
em forma de uma chuva abundante,
trazendo nova vida às propriedades,
tão castigadas pela insensatez da humanidade.
São Paulo, 8 de maio de 2009.