CENTRO DA CIDADE

Domingo, o centro da cidade é vazio

O vazio do centro é o centro do vazio

Vê-se pouco; vêem-se os loucos

Seus gestos inelegíveis

Seus jeitos desconcertantes

Trejeitos indescritíveis

Ruídos e ronronares

Ressoar de letras perdidas

Perdidos num só desmedido

Engolindo a saudade de um ontem

Sem precisão desse quando

Sem quando ser compreendido

Vagando na dor do destino

Destinado ao centro vazio

No vazio que lhe foi destinado.

Aos que não sabem dos loucos

Por medo, ignorância ou descaso

Saibam que os loucos do centro

Com suas frases sem nexo

Estão conectados ao centro

Como eu e você, do universo

Universalmente ligados

Nessa viagem inconstante

Como qualquer ser errante

Feito manada de gado.

Jose Raymundo Xavier
Enviado por Jose Raymundo Xavier em 16/05/2009
Código do texto: T1597907
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