ICÓGNITA
Quem sonhará o indecifrável futuro?
Quem ditará a nova ordem mundial?
Quem quebrará a parede desse muro?
Quem beberá desse porre colossal?
Quem gemerá a dor atroz do suicida?
Quem ouvirá o mudo grito da inocência?
Quem domará o delírio em cada vida?
Quem impedirá o avanço da descrença?
Se o juízo é incasto e a religião profana
Se a ética é pérfida e o poder nefário
Se a razão sucumbe à mercê da trama
Se a alegria é breve o desamor profundo
Se o engodo impera sutilmente hilário
E o medo de amar desordena o mundo