ICÓGNITA

Quem sonhará o indecifrável futuro?

Quem ditará a nova ordem mundial?

Quem quebrará a parede desse muro?

Quem beberá desse porre colossal?

Quem gemerá a dor atroz do suicida?

Quem ouvirá o mudo grito da inocência?

Quem domará o delírio em cada vida?

Quem impedirá o avanço da descrença?

Se o juízo é incasto e a religião profana

Se a ética é pérfida e o poder nefário

Se a razão sucumbe à mercê da trama

Se a alegria é breve o desamor profundo

Se o engodo impera sutilmente hilário

E o medo de amar desordena o mundo

João Nery Pestana
Enviado por João Nery Pestana em 21/05/2006
Código do texto: T160184