T O R N A D O
Porta aberta a terra esconde
como uma boca escancarada
que devora em turbilhão.
Voam alto como espantalhos
a não poder mais ver.
O freio das nuvens destravou
e o cone enfurecido
à terra desceu: despedaça, quebra, amassa,
como se tudo fosse papel.
Num momento então se aquieta.
Deixa no chão as marcas da desolação.
São Paulo, 15 de dezembro de 2005.