O que mais importa é gente

Foi-se o tempo em que um sorriso

Era retribuído na mesma moeda,

Foi-se o tempo sem retorno

E a retribuição é ser, na rua,

Transeunte incerto de perna bamba,

Apenas um passante, entre os camelôs,

Presa fácil para o batedor de carteira.

Ainda bem que carteira não tenho,

Nem lenço, nem documento,

Nem argumento,

Só um sorriso,

Que retribui a sua dor,

Quando queria

Um sorriso, por favor.

E se recebo careta,

Nariz torcido, falseta,

Digo pra mim,

“seja paciente,

Temente, temerário”,

Pois assim são as pessoas,

Importantes, farsantes,

Semelhantes, falsárias.

E eu caminho sem pressa

Sob o céu azul reluzente

Sabendo que nesta terra

O que mais importa é gente.