ALHEIO

Enquanto a cidade dorme,

vagueia um ébrio...

Uno, sob as luzes tristes.

Em cada esquina uma parada...

Observam-no os olhos da rua:

a brisa, papéis ao vento,

a cara de homem no cartaz do poste,

farelos de areia correndo,

o semáforo, um carro apressado... os olhos da rua.

Vai o bêbado...

Destino? A ninguém disse...

Pelos becos, ruelas, aos tropeções...

Tosco, delirante

envolto no silêncio da noite fria e mordaz;

cabeceando paredes, postes, árvores...

Cai.

Rola o corpo dormente,

o rosto sangrento se encaixa na sarjeta.

Amanhece.

Um homem vencido...

Um homem?

Antonio Leal
Enviado por Antonio Leal em 11/06/2009
Código do texto: T1644111
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