Examinando o outro lado

As lágrimas que escorrem pela face

Levam sonhos que deixaram de existir

O sorriso estampando um triste pesadelo,

De um ser humano abandonado que não tem para onde ir.

Uma vida assassinada pelo próprio nascimento

Jogado na calçada, entregue ao relento

Fez das ruas sua morada, criou seus conceitos

Esperou seu julgamento.

Excluído pela comunidade

Era chamado de mendigo, indigente, vagabundo e excremento

Sem ter como sobreviver, seu lema agora é matar ou morrer

Sedento de vingança, tornou-se um tormento.

Agora ele é parte de dados estatísticos

Sua família são estupradores, drogados e assassinos

Criado por um mundo desleal

Comandado por outra corja de bandidos.

Acabou sendo preso, foi humilhado e torturado

Dias depois assassinado

Até hoje procura-se o culpado.

Então agora me pergunto

Se vivo numa sociedade justa

Porque existe uma diferença absurda

Desequilibrando o nível social?

Assim a sociedade permanece

Somos tratados como marionetes

Vidas e vidas escarnecem

Vítimas de um mundo desigual.