POESIA CRÍTICAS (OBRAS COMPLETAS)

Flúvio Cícero dos Santos

Poesia brasileira.

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O POETA.

Eu sou um poeta

Com um bom temperamento

Que apesar desse momento

Não sou um ótimo e grande profeta

Eu só queria bater a meta

Deste maestríssimo movimento

E mostrar o clareamento

Para andarmos numa reta.

O meu povo não acorda

E acha que as coisas são tão bem feitas

E sempre como um boneco de corda

Acham que as leis são perfeitas

E com as idéias deles concorda

E até as promessas são suspeitas.

OS EUS

O maior inimigo da gente

Está e sempre esteve conosco

E contra nós está disposto

Mas não se mostra transparente

É um ser muito eloqüente

Sempre faz o nosso gosto

Também nos traz grande desgosto

Pois prejudica sempre a gente

Este é o meu o teu maior inimigo

Pode crer só pensa no apogeu

Está em nossa frente como o umbigo

Mas devemos fazer como fez Eliseu

Pensei: e conversei um dia comigo

Descobri, este ser é o próprio Eu.

A LÍNGUA.

Tomou-me a tristeza

A tristeza minha alma

Noite e dia sem calma

Com a vida sem beleza

Mesmo se eu fosse da realeza

Tendo vidas em uma das palmas

Não conteria a própria alma

E viveria na incerteza

Ah!Vida sonhadora

Penso no futuro mundo

De uma classe ajudadora

Sonho meus de alguns segundos

E o povo do submundo

É aquele da língua difamadora

Com sua língua de metralhadora

Fala aquilo que vem do profundo

ESCRITOR POBRE

De patifaria eu não sou

Assim é meu jeito

Pois quero somente o respeito

Que a burguesia (conquistou)

Meus escritos não é somente alegria

Porém defeitos não acharão

Mas de imperfeito acusarão

Pois nasci e cresci na periferia

Sou apenas mais um pobre

E isto posso lhe confirmar

Não escrevo para o nobre

Para não me contentar

Mas que ao passar do tempo

Valerá mais do que ouro, prata e cobre.

Mas não conseguirei me canonizar

Pois eu sou do povo pobre.

FOME. (I)

Uma criança da periferia

Na escola a estudar

Viveu sempre sem alegria

Não soube nem o que é passear

Mas numa grande agonia

Não houve quem a ajudar

Num movimento em euforia

A saúde veio a lhe faltar

Prestar socorro ninguém queria

Uma professora desesperada fora lhe levar

Ao posto médico sem harmonia

E do estômago seu coração veio a falhar

O povo tristeza sentia

Na sua casa o recado o recado vieram dar

Sua mãe recebendo com alegria

Disse: Menos um para lanchar.

FOME II

Uma criança para mãe perguntou

Se no Céu teria cama

Para levar a todos que ama

Pois na Terra sofrimento passou

E para mãe perguntou de novo

SE NO Céu teria água

Para acabar com todas as magoas

E viver um lindo renovo

Perguntou se no Céu havia comida

A mãe disse claro que sim

Contente com a cara florida

Fechou os olhos e chegou ao fim

O CEGO

Dizem que o amor é cego

Mas dizem quem não o conhece

Que se for rico empobrece

Trocando ouro por prego

Dizem que é coisa do ego

Que só o tem quem o merece

Quem já sentiu não se esquece

Sendo assim se torna um cego

Mas o amor é um sentimento

Que para muitos, é coisa morta.

Por isto vivem sem lamentos

E a vida a só suporta

Mas a necessidade vem à porta

Vem bater conforme o tempo

O amor pula a janela e nem se importa

E vem separação sem contentamento

Mas aqueles que suportam

São valiosos como ouro

Pois Deus os conforta

E são mais preciosos tesouros.

INOCÊNCIA

O adulto só pensa maldade

E a criança é como um querubim

Pois só dizem a verdade

E o adulto não é assim

O adulto não é consciente

E a criança é um Serafim

É um ser inocente

E o adulto não é assim

O adulto é malvado

A criança é como um jasmim

Pois sofre tudo calado

E o adulto não é assim

O adulto guarda rancor

A criança é como flor em jardim

Sobrevive do amor

E o adulto não é assim

O adulto vive do não

A criança vive do sim

E aceita a repreensão

E o adulto não é assim

O adulto melhorará?

A criança se iguala a Elohim?

O nosso próximo devemos perdoar?

Pergunte a si próprio, pois a vida é assim.

PODER PARA O POVO.

A revolução francesa

Viria o povo beneficiar

Acabar com a realeza

E vida justa a todos dar

Acabar com a monarquia

Fazendo um novo governar

Onde todos teriam alegria

Platão após dois mil anos iria subir ao altar.

No dia da grande guerra

Viria à cabeça de o rei cortar

E tomaram posse da terra

Enfim todos irão reinar

Mas com o fim da monarquia

Uma nova sociedade veio a se levantar

Pois a poderosa burguesia

Veio agora para o pobre maltratar

E o povo vive a república

Pensando que o governo é só alegria

Mas de quatro em quatro anos

O pobre vive um ou dois dias de democracia..

AMOR E CIDADANIA

Como cristãos sofremos com fome

Como cristão sofremos com a dor física

Como cristão sofremos com a enfermidade

Como cristãos sofremos com a guerra espiritual

Sofremos com lutas, e dificuldades financeiras frio, calor injúrias e calúnias.

Sofremos assim como cristo Jesus (Yahoshua) sofreu

Mas nós reclamamos e Questionamos a D’us.

Como cidadão, pago meus impostos.

Como se cidadão vou às urnas

Como cidadão tenho direitos à saúde, moradia,lazer educação,igualdade social e religiosa e emprego.

E ninguém questiona.

Sofremos como todo povo pobre sofre humildes e calados.

E ninguém questiona.

OBRIGAÇÃO

Eu não tenho culpa

De estudar em escola pública

Vou contar-lhe minha súplica

Das escolas em que estudei

Foi em escola pública

Que nos estudos básicos me formei.

Alguns professores ruins

Numas escolas encontrei

A vida fora assim

E muitas súplicas eu chorei.

Alguns professores bons

Neste mundo eu achei

E aproveitando seus ricos dons

E a inteligência eu enxuguei.

Minha terra era boa

E a sabedoria eu semeei

Alguns professores não trabalharam a toa

E nela água eu reguei

Conclui os meus estudos

E supletivo eu cursei

Usava-o como escudo

E o meu curso eu terminei

PERSISTÊNCIA

Após alguns anos parado

O vestibular eu encarei

Para uma universidade

Com nota baixa eu passei

No primeiro ano sofri

Disciplina nova estudei

Gente culta eu vi ali

Sendo assim desanimei

Vieram de escolas boas ou particulares

Muitos desse eu encontrei

Fuvest e pré-vestibulares

E supletivo eu cursei

Primeiro ano dois exame

E nas férias estudei

Ufa! Escapei de um vexame

Gloria a D’us, enfim passei.

Segundo ano foi numa boa

Mas triste e desempregado eu fiquei

Mudança embora doa

Parei, pensei e respirei.

No último ano veio a surpresa

E com parte do grupo me decepcionei

Continuei o ano na realeza

Não sou príncipe, mas sou filho do rei.

Enfim formatura

Uma escola a trabalhar

O sistema é coisa dura

E os alunos não querem estudar.

Pois dizem que o passar de ano

Automático será

Eles vivem num engano

E no futuro cada um sentirá

Que o ensino não é só os professores

Mas que as leis eles têm que saber interpretar

Para futuramente não sofrerem dores

Para o conhecimento enxugar

VIOLÊNCA

Em 2002 na Coréia do sul

Havia um homicídio por ano.

Havia um homicídio por ano?

Havia um homicídio por ano!

As agências funerárias não deviam ter concorrência

Ou logo abriram falência.

FELICIDADES.

Na Praça da Sé havia dois mendigos

Ambos se divertiam muitíssimo através de brincadeiras.

Nunca vi um rico ou família bem estruturada, com tal felicidade.

O FIM

Zeus entregou o mundo aos deuses

Poseidon está enfurecido

Hades dominou 80% da população mundial

Apolo prometeu queimar o que sobrar do universo.

MARAVILHAS

Minha terra tem desemprego

Mas povo quer trabalhar

Não sabe o que é sossego

E a criança com fome vive a gritar

Minha terra tem violência

Não se fala em amores

Minha terra tem muito dinheiro

Que provoca intensas dores.

Tem fortuna beleza e riqueza

Tudo mal distribuída

O povo como herança tem a pobreza

Como companheira de vida

Permita D’us que isto mude

Para melhor o povo ficar

E um dia falarmos que o nosso país

É um ótimo lugar a se morar.

RESPONSABILIDADES.

Sou proibido de beber

Pois não tenho idade

Nem responsabilidade

Para diversas coisas sou menor

Mas para ir às urnas votar e decidir o futuro presidente

Sou responsável?

NECROTÉRIO.

Atendimento mau

Cadeiras lotadas

Corredores cheio de confusão

A morte cerca a todos.

Morreu uma senhora sem chances de vida.

Por que não foi socorrida?

FEIRA

Várias pessoas com sacolas

Crianças, jovens, adultos e até velhinhos.

Disputam na lateral da rua o alimento da semana.

NASCIMENTO X MORTE.

O dia começa, ele acorda.

Vai ao banheiro escovas os dentes

Seu café está pronto.

Mas ele sai sem saboreá-lo.

Meio de transporte público, lotado e agitado.

Ao chegar ao serviço, cumpre o primeiro período.

E após o almoço trabalha sonolento até dá o horário do almoço.

Vai para casa depois de um grande agito, mas cansado, quer chegar rápido em casa.

O dia finda, a noite cai, ele volta para casa e dorme...

O SER HUMANO

Sempre melancólico a situação no mundo

Hipocrisia.

Ganância

Vaidade

Ah se fosse eu como um computador e me formatassem, e deletassem minha mente.

Ou como um bêbado esquecesse por um momento a realidade

E eu não fosse obrigado a me alienar ao sistema humanístico.

Assim seria igual a eles.

E deixaria de ser crítico, realista, e viveria uma vida romântica.

E seria um ser deprimente, que é aceito pela sociedade.

DEZ IGUALDADES

Na praça da Sé

Jogam bolas 3 corintiano, 3 são-paulinos, 2 santistas e 2 palmeirenses

Não se sabe quem são ou quem é quem

Se os nomes são Washington, Wellington, Michael ou Maicom, Pitter ou Pedro John, ou João, Joseph, ou José

O importante é que jogam contente.

Batendo bola com o pé.

Ela beijou a trave.

Um deles faz gol de CRAQUE.

A felicidade reina, e todos se abraçam prazerosamente, faça chuva ou sol.

Sem reclamar da fome da falta de roupa.

Enquanto os seus ídolos se divertem nas piscinas.

INVERSÃO.

Praça da república, Barão de Itapetininga São Paulo-SP.

Milhares de pessoas brancas e pardas procuram emprego.

Animados, vão a Rio Branco. E lá vêem centenas de negros engravatados.

São Angolanos, Nigerianos?São Africanos.

Entrevistas

Uns para a Liberdade, diversos Japoneses.

Uns para a cidade jardins, quantos Judeus.

Eu fui para a Paulista, diversidade de nações, Franceses, Italiano, Espanhóis, Ingleses,

Alemães, Americanos, etc.

AH desânimo bateu, a dinâmica fora difícil.

No caminho para o metrô, a chuva resolveu cair.

Um carraço do ano passa e me joga água de uma poça.

O motorista era um play-boy de cor negra.

Havia um adesivo escrito os seguintes dizeres.

Estudo na USP.

Sou beneficiado e inteligente.

E os pobres sejam brancos pardos ou negros, mal conseguem terminar seus estudos.

.E não possuem cotas por estudarem em escolas públicas.

BRASIL

Meu amor, como te amei

Tu eras linda aos meus olhos

Teus cabelos eram cheios, enormes e negros

Teus olhos eram castanho, que chamavam a atenção de muitos.

Andavas nua, pois era maravilhosa.

E eras branca como a neve

Teu tronco possuía lindas curvas, os pés eram como raízes que sustenta tudo.

Só eu te amava, enquanto os outros só te desejavam.

Com a modernidade, cortaste teus cabelos, e o pintaste de loiro,como as outras.

Seus olhos são verdes, sua roupa é azul e cinzenta, tua pele não tem cor.

Tudo isto foi por que preferiste os amantes sem amor para dar-lhe do que a mim,

Povo de Pele vermelha, povo que derramou o sangue para tê-la em meus domínios.

Ficaste com eles e tem uma vida agitada, sofrida e depressiva como as outras.

VISÃO

Quando o meu povo conseguir enxergar.

O país melhorará

Quando o meu povo aprender a votar

O país melhorará

Quando o meu povo souber reclamar

O país melhorará

Quando a corrupção findar

O país melhorará.

O governo pensa que nós somos idiotas

Querem que sejamos patriotas

Fazem o que pensam, pois estão a altura.

Dizem que somos povo pobre e sem cultura

Que não sabemos falar nem escrever.

Eles são a elite, o povo poliglota.

Fazem-nos de brinquedos uma mariota

E dizem que somos de pequena estatura

E nos engana dizendo: já passou a ditadura

Inventam neologismos e regras para a língua, para não sabemos ler.

PRESÍDIO.

Já é de madrugada. Eles levantam cedo.

O portão está lotado de pessoas e o ambiente é pesado e fechado.

Há polícia por todos os lados.

O sinal bate. Hora de entrar.

Eles seguem e faz tudo o que lhes ordenam.

Sinal bate. Hora de sair. Mas não podem ver o sol. Pois não é dia.

Eles são chamados atenção por inspetores, e têm que comer o que lhes mandam.

Sinal bate é hora de voltar a sala cujo troca-se um fonema e dois grafema para a palavra cela.

Sinal bate hora de ir embora, mas ao outro dia começa tudo de novo.

PALAVRAS.

As palavras não pesam

Mas um título pesa muito.

As palavras são vendidas de diversas maneiras:

No discurso político, na religião, na universidade.

Não importa onde seja, sendo de um intitulado, ele criará sua tese seu discurso,

E enganará o povo mais humilde. Foi algo infernal.

Uns vendem ciências, outros terrenos celestes.

E enganam o povo de norte sul, leste e oeste.

Mesmo com a própria linguagem artificial.

BABILÔNIA

Tu sofreste no teu nascimento

Teve infância difícil

Mas tua adolescência fora em desobediência

Sempre saíste com outros homens por causa do dinheiro.

E engravidaste e maltrataste teus filhos.

Tornaste mulher. Hoje és bela.

És lindíssima e não alfabetizaste teus filhos.

E roubas dizendo palavras enganosas.

Vendes o que não te pertence ainda diz que ninguém é como eu.

Em breve ficaras velha e teus amantes te deixarão. e seus filhos abrirão os olhos.

E não te reconhecerão.