NEGRA MÃE! NeGRA ESCRAVA!

Negra, que destino te reserva

Se tua alma não lhe pertence

Teus seios alimenta o branco

Enquanto tua cria espera.

Teu cheiro impreguina a criança

que embala

de tuas tetas o líquido jorra!

Precioso e farto a alimentar o filho-sinhô

Que o nutre e o faz crescer forte

Onde andas tua cria?!

Acaso jogou-a ao relento

como não fosse o rebento

Que o Deus africano te dera?!

De tua boca sai a palavra

Que embala a palidez

Do sinhozinho amado

Que o Deus branco

Ordenou amar.

E que Deus branco é este que

não protegeu os teus!

Deixou teu povo ao relento

Teu rebento morrer de inanição

Teu dorço ser açoitado a abrir

feridas sangrentas.

Tua alma foi condenada e cativa

Teus ancestrais clamam por liberdade

É um grito gemido de dor...

È uma dor que dói tanto que corroi a alma

Devora o bicho e surge o homem!

De tua desgraça:

surgem piadas, anedotas

Contos que não são de fadas

Oh!Negra!

Não deixe que o Banzê te ceifes a vida

Que a Tycê-Tycê a faça dormir sono profundo.

Teu Deus clama por justiça!