PODRE SOCIEDADE
Não me falem de rosas
pálidas, cálidas
mortas
sem vida
ou rosas carmim
Não me falem de risos
sem graça, sem cor
risos somente
escárnio da vida
desdém do amanhã
PODRE SOCIEDADE
de braços largos para a miséria
olhar sombrio para o futuro
e sabor de vitória
sobre o desgraçado dia que
passou
Nada importa
senão o frio sentimento socialista
que apaga
com o disfarce do sorriso
o sonho idealista
de quem teve que lutar
extravasar a vontade
de dar a vida pela vida,
do medo de morrer simplesmente
uma coisa qualquer
PODRE SOCIEDADE
de falsas palavras
doces delírios
fantasia, pura fantasia
de quem não conhece a realidade nua
despojada de sentimentos puros
amargos às vezes
e amados por serem verdadeiros
PODRE SOCIEDADE
veneno cruel
disfarce
coisa largada na vida
PODRE SOCIEDADE
não me falem de risos
não me falem de rosas