A L G E M A D O S

Não sofremos com as doenças,

sofremos com a apatia,

com a indiferença, com o descaso.

Querem nos moldar apressados,

a ferro e fogo,

desacreditando de nossos sentimentos.

Na fornalha acre que se acende,

nos fazem ser estóicos,

ou estúpidos errantes.

A miragem é fictícia,

na fantasma face do preciosismo.

Tratados como espécimes raros,

permanecemos na vitrine

do superficial, do aparente.

O que nos mata,

mesmo antes de morrermos,

são as algemas ingratas

que nos restringem a liberdade.

São Paulo, 30 de julho de 2009.

Marcela de Baumont
Enviado por Marcela de Baumont em 31/07/2009
Código do texto: T1729345
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