EMBORA ME DOA

Meu pobre menino, de rua,

de rosto coberto, de dias sujos,

teu olhar triste,

é todo este meu sofrimento

e embora me doa,

nada fiz para mudar. E são

teus lindos lábios

de criança,

que parecem perguntar-me,

do porquê, de ser assim a vida,

para com um simples menino,

abandonado à sua

pouca sorte,

por quem lhe trouxe à vida.

Dos outros a indiferença…

em ti a tristeza… pela incompreensão.

Oh, minha pobre e doce criatura,

quem me dera dar-te

um significado, quando à chuva e ao

vento, te vês obrigado,

a caminhar estradas sem par,

na busca do pão,

fermento de mais um dia,

lutando pela sobrevivência,

de uma vida perdida.

Jorge Humberto

31/07/09

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 01/08/2009
Código do texto: T1731191
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