A GRANDE BABILÔNIA - Uma crítica à crise ética e moral brasileira

Vou-me embora pra Brasília

Lá onde reina o Sarney

Lá tenho os atos secretos

E o Estado que escolherei

Vou-me embora pra Brasília.

Vou-me embora pra Brasília

Lula lá, e eu mais feliz

Lá a existência é uma aventura

De tal modo inconsequente

Tem até um Conselho de Ética

Que tudo arquiva e desmente

Descobri até um parente

Da nora que eu nunca tive

E como farei conchavos

Andarei num importado

Montarei meu gabinete

Gastarei o que é do povo

Sem ter que me preocupar!

E se a imprensa descobrir

Digo que tudo é mentira

Mostro logo o meu currículo

Pra recontar as histórias

Que no tempo de eu menino

Sarney vinha me contar

Vou-me embora pra Brasília.

Em Brasília tem de tudo

É outra civilização

Tem um processo seguro

De impedir a cassação

Tem tanto tanto discurso

Tem político à vontade

Tem até um CQC

Para a gente gargalhar

E se o mandato acabar

Não ligo, serei reeleito

E que se lixe esse povo

Não vota em quem é direito

Vou-me embora pra Brasília

Eu aqui não fico não

Vou-me embora pra Brasília

Decidi. Vou ser ladrão...

Moses Ben ADAM

Ferraz de Vasconcelos,

0608/2009

Paródia do poema de Manuel Bandeira

“Vou me embora pra Pasárgada”