LUXOS E LIXOS

Não quero riquezas materiais, luxos

para amigo ver e cobiçar, invejando

o que é meu, só porque não tem

o mínimo de bom gosto, que usufruo.

Assim ter uma biblioteca bem coordenada

e uma casa sempre limpa, isso me apraz,

por forma, a que de cara lavada, possa

receber as visitas, no chegar da noite silente.

Um sorriso no rosto de um amigo ao entrar

na minha humilde casa, de entro tudo bem

asseada, é um conforto para o meu pobre

coração, sempre inquieto, desde as primícias.

Aqueles que para terem luxos, deixam de

se alimentar condignamente, para os poder

adquirir, são totalmente submersos, pela

grandeza que lhes dão, perfeitos idiotas.

Sim… não passam de um zero à esquerda,

porque luxos são coisas abstractas, de pouca

monta: quem sabe nessa altura, pelejas

travando, entre si, digam não ao embuste.

Quem tem, tem… quem não tem, não tem.

Sendo que os primeiros são uns frívolos,

sem personalidade, enquanto os outros

mantém sua identidade, e mais: vivem felizes.

E ser apenas aquele que tendo o suficiente

tem tudo. Que o novo-rico vai por aí a contrair

obrigações, não para ser mas parecer-se,

numa arrogância, do que nunca virá a ter.

Ah, minha humilde casa, nas tuas salas não

entram nunca a mediocridade e o pouco

que tenho, jamais deixo que falte alguma

coisa a alguém, acima de tudo, o bem-estar.

Jorge Humberto

12/08/09

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 13/08/2009
Código do texto: T1752129
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