174 - Viagem à tragédia urbana

A metrópole seguia

Na paz agitada

De seu cotidiano...

Segundo expediente

De aparência comum

Praças, escritórios

Shoppings, lares

Estancam aflitos

Com a freada brusca do 174...

Nas mãos incertas

Da delinqüência insana

Surge na tela

A arma ameaçadora

Sem rosto, sem nome...

Passageiros da agonia

Comprimem-se em desespero...

A face fria de toca Ninja

Projeta nas telas do mundo

Frieza, descontrole...

De onde vem este algoz?

De um berço desprovido

De um gueto oprimido

De um lar despedaçado!?

Autoridades confusas...

A cidade parada...

O medo empreguina o ar...

Ação desastrada...

Estampido seco...

Destino selado...

Trágico fim...

A cidade enlutou...

A vergonha verteu lágrimas

Na face triste e desolada

De um povo entregue a própria sorte

E o mundo atônito a tudo assistiu...

Na alma carioca

No coração do mundo

Aquela tarde não passou...

Agoniza no sinal vermelho

Da memória coletiva

Perguntando...

Até quando seremos reféns do 174 !?

Cosme Belizário
Enviado por Cosme Belizário em 18/06/2006
Código do texto: T178029