O mal de toda revolução

Às vezes as cópias são melhores que os originais;

às vezes o sofrimento altivo do presente

é melhor que o ridículo deleite da época da inocência.

Gosto das canções da fase decadente

dos meus artistas favoritos,

preciso quebrar minhas próprias regras

como medida de sobrevivência.

Acho que posso pagar o preço.

Não tente imitar meus pendores:

desentender-se com você é divertido.

Apenas odeie menos e revolucione mais.

Não bata na mesma tecla,

mas procure sinônimos convincentes

para seus argumentos.

Só o amor pode mudar minha cabeça.

Acho que posso pagar o preço.

Pena que sou obrigado a lembrar...

Toda revolução deixa seu rastro de destruição,

toda revolução deixa profundas cicatrizes;

para cada caminho aberto outros tantos se fecham

e quando precisamos voltar atrás num único ponto,

o orgulho desaprova a emenda.

Os mortos incomodam menos que os vivos.

Os mortos vendem mais.

Os modernos fariseus batem à nossa porta

para vender sua indulgência,

mas você sabe que eles fariam tudo aquilo de novo;

você sabe como é fácil calar o povo.

Se a revolução estivesse acontecendo agora

em algum lugar,

você dificilmente saberia

e mesmo que ela fosse rentável o bastante

para iluminar nossas salas de estar,

você facilmente se acomodaria;

se fosse anunciada a descoberta da vida extraterrena

quase ninguém se surpreenderia;

passados 3 dias ninguém mais se importaria,

porque estarão muito ocupados

em ver um bando de 11 idiotas

correndo atrás de uma bola.

Mas acho que posso pagar o preço.

Só o amor pode mudar minha cabeça.