vale
É triste passar por aqui
ver estes casebres de barro
ver os vermes famintos
serem servidos em jarros
Menino de barriga grande
que parece ter fome
sentado à beira da estrada
sem nunca ter tido nome
Até a solidão é pobre
nos quatro cantos do lar
nem mesmo vive a poesia
e vai-se a vontade de amar
Todos os olhos cançados
do bruto de cada dia
as flores a minguar nos campos
ao cantar da cotovia
Vale apena vir por aqui
para envolver-se à vergonha
e sentir pena do vale
deste triste JEQUITINHONHA