O sonho não apodrece no lodo

Jão trabalhador braçal da periferia leva nas costa trinta quilos de mercadoria,e não desanima todos os dias esta na luta. ele sabe que sua vida é dura e não recua. Mais quando chega domingo entra mais tarde, no serviço pra jogar a várzea.

Jão tenta ser um grande jogador, mais não tem tempo pra fazer teste e participar das peneiraS.

Acredita que jogando na várzea algum dia,um olheiro vai aparecer,e levá-lo para um mundo distante ele quer ser um meia esquerda atuante, pois até comprou chuteira no-va, na feira do rolo, quando colocou nos pés vislumbrou o gramado verde de um grande clube Paulista.

Com toque de bola envolvente ele seduziu a quebrada ga-nhou respeito e admiração dos malandros e da molecada a platéia do barranco gosta do seu futebol e os tiozinhos do morro comenta

- Esse moleque é abusado, joga muito, num tem zaga pra ele Não?

Olha corte que ele deu no zagueiro

esse moleque vai longe falta só oportunidade.

jão quando joga coloca o sonho na ponta da chuteira e sonha em dar uma vida digna pra sua preta, quer ser as-tro e vestir amarela da seleção brasileira quer deixar o misere e fazer fortuna.

Por isso esta sempre e jogando a várzea pois, acredita que o lodo um dia possa vir a ser remédio, moleque é esforçado sonha mais, não tira o pés do chão, e por isso não abandona a gabine do caminhão, trabalha como a-judante e todos os dias é só ralação o dia inteiro é vida de cão parceiro!

Peso bruto no lombo de manha até noite, caminhão sai lotado e volta vazio, assim é vida do Jão.

Depois de fazer entrega no centro empresarial em santo Amaro entrou no caminhão para descansar um pouco, pois era ultima entrega do dia, (a boa) enquanto aguardava o motorista chegar acabou pegando no sono era uma quarta feira chuvosa ao entrar na boleia do caminhão o mo-torista notou que jão dormia, e na moralina ligou o ra-dio que transmitia ponte preta e Corinthians que estava jogando no Anacleto Campanella em São Bernardo pelo campeonato paulista.

E o narrador transmitia emoção do Jogo

Jogou Redondo causou alvoroço um camisa Dez nervoso que joga ate pescoço deixa zagueiro no osso.

Moleque ligeiro chuta com as duas briga Com raça tem fome de bola, seu objetivo e taça, chamou zagueiro pra linha de fundo e pois pra dançar,deixou centroavante na cara do gol com passe mirabolante o Goleiro se esticou mais nada adiantou, meteu um canudo no bico da coruja a danada subiu cantando feito bala e foi pra fora.

E juiz aponta tiro de meta, recomeça jogo no gramado verde.

...É SEMPRE ASSIM...

Aqui Guerreiro bom, da o sangue pela camisa então vai que vai...

Bola no pé, não tem core,core nem vem cá, que eu também quero!

No tick taque do juiz o tempo passa e bola rola no ba-te,rebate da bola a disputa é serrada, centroavante maldoso puxa camisa do adversário na boca da área tenta se livrar da marcação e travado no gramado e ficou no chão esperando santo remédio, mais não foi dessa vez que apito serviu de consolo.

Saca só...

Saca só...

o goleiro é ligeiro não perde tempo, toca o barco...

Toca o barco...

faz o ponta correr sem metros rasos.

e o artilheiro corre junto na jogada o ponta domina e carrega faz a retaguarda, olha pra jogada faz o cruza-mento no bico da área a zaga corta pra meia lua e cava a falta no camisa dez que abri os braços e juizão de olho confirma.

...É... falta...

...é... falta...

E segue o jogo quase vinte sete do segundo tempo semi final do paulista se liga na bolinha zero a zero no placar

falta na intermediaria,

quem vai cobrar a falta?

Quem, quem,quem cobra essa falta?

e o comentarista informa

Tá um bololo próximo da grande área e ninguém sabe quem vai bater a falta.

enquanto isso o juiz posiciona a barreira,um empur-ra,empurra dentro da areá.

e juiz apita a cobrança da falta

toque de bola do lado direito

um pombo sem asa voa como foguete

éééééééééééééééééééééééé

Goooooooooooooooooooool

eeeeeeeeeeeeeeeee

queeeeeeeeeeeeeee

goooooooolaço!!!

Balança o barbante e faz a redonda agonizar no fundo da rede e foi comemorar com a torcida o grito de gol.

Derrepente houvesse um grito...

gooooooooooooool

e motorista irritado vai se fude pra que gritar desse jeito é gol da Ponte,

Porra!

plena marginal essa porra desse transito num anda e você dá uma dessa!

Para os boleros da várzea como Jão a esperança nunca morre garra e determinação aqui é sinônimo de gloria. São heróis que renascem das cinzas nos finais de semana pra jogar essa bola, fazer a torcida aplaudir de pé Só quem é...

Vai na fé...

Buscar alegria dessa gente no barranco

ou na arquibancada.

Jota
Enviado por Jota em 02/01/2010
Reeditado em 16/08/2013
Código do texto: T2007592
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