CRÔNICA SOBRE O DESERTO DIÁRIO

Eclodem

--- em cada esquina de periferia

E ao anoitecer do dia ---

Toques de recolher

Que põem hiatos

No cotidiano querer

De almas humildes: renitentes ermidas!

Na plenitude do sol a pino,

Cilindros de fogo

Que esgarçam o horizonte

--- ao serem deflagrados ---

Operam uma metamorfose:

Transformam os arco-íris de vida

Em miríades da execrável necrópole!

Orgias de alucinógenos cooptam,

Com o seu orvalho,

Sentinelas e abocanham,

Usando suas peçonhentas mandíbulas,

Numerosas presas:

As engrenagens da violência

Cobrem de ouro e fragrâncias de opulência

A realeza da mais valia facínora, horrenda vivenda!

JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA

• http://twitter.com/jessebarbosa27