SINA
Menino vadio de olhos pesados
de noites sem lua e mesmo sem fim
é pobre a tua aventura
nas mesas de botiquins
tua cor desmente o normal
e a palidez desatina
és menino de barriga grande
és o resto de alguma faxina
não se perca nesta noite
que é a máscara da ilusão
aceite a sua miséria
e não dê a falta do pão
vá para casa correndo
e não se derrame no chão
um dia vai ser operário
e morrer com o martelo na mão