MENINO DE RUA
Menino de rua, abandonado
Doente, perdido, sujo, rasgado
Sem lar, sem pão, sem calor
Tem uma vida sem valor
Triste, vagabundo, brejeiro
Larápio, esperto, ligeiro
Vive de pedir esmola,
Tem na rua sua escola.
Os dias, as noites vagando
Com lixo se alimentando
Está acostumado a dor
O sol seu único cobertor
Da polícia se escondendo,
Entre drogas se perdendo,
Sem Deus, amigos, ou tutor
Nunca soube o que é amor
Sem estudo, quando adulto for
Nunca chegará a ser doutor
Perambula na rua a vida inteira
Ou padece e morre na cadeia.
Ora, quem por ti olhará?
Quem contigo se importará?
Menino, meu menino vadio
Teu sangue será teu brio!