POBRE MENINO

Cala-se o pobre menino, deixa um pequeno vazio

Cobre-se com o frio, vagueia nas sombras do vazio

Segue pelas ruas escuras, encontra sempre uma viatura

Subitamente pede uma ajuda, mas ajuda só vem se for nua

Caminha... anda pobre menino...

De longe enxerga as luzes, de perto são apenas as cruzes

De passos a passos chega-se o ressalto, tropeços e encalços

“Pega o menino, sigam por onde vai seu destino”,

Não pare pequenino, deixe para trás seu medinho

Corre... percorre e escorre menino...

Amanhece o dia, de sorte o dia levou você até esta usina

Mamãe lhe avisou, papai já te chamou, você não escutou

O irmão te deixou, nas pedras se entregou

Agora lhe resta apenas o pó de quem nunca te olhou

Esconde... não deixe que te levem menino...

Afim tudo acabou, o suor desceu e escorreu pelo calor

Sentou e respirou, os homens malvados não mais escutou

Era emboscada, era uma cilada, apenas os tiros ecoou

E agora menino! Antes franzino e sozinho, agora morto e sem destino.

Morre... mas não deixe que leva de ti o que sobrou, sua alma e seu amor!

Daykon
Enviado por Daykon em 10/08/2006
Código do texto: T213163
Classificação de conteúdo: seguro