CÂNCER SOCIAL

Sou o retrato humano das mazelas da sociedade
Eu sou o muro pixado que não aparece no postal
Parte do daquilo que embaixo do tapete não cabe
Porquanto eu sou vil, sou escoria e sou anti social

Eu sou a sujeira que notas no teu espelho retrovisor
Enquanto tu depressa passas eu sequer sou notado
Cato lixo, cato lata, mas quem não cata sente pavor
Jogo malabares no sinal em troca de algum trocado

Eu peço, principalmente quando me aperta a fome
Na hora das refeições lá na porta dos restaurantes
Consumo crack enquanto ele o crack me consome
Sinto-me ligado e somos cúmplices, dois amantes

Eu sou o tumor crônico de uma sociedade terminal
Eu sou a ferida putrefata, sou a verdade nua e crua
Eu sou simplesmente o lodo, mais um câncer social
Eu sou a velada miséria, eu sou é o menino de rua


A Alma de um Poeta(Pinho Sannasc)
Enviado por A Alma de um Poeta(Pinho Sannasc) em 12/03/2010
Reeditado em 25/01/2011
Código do texto: T2135242
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