A Corda Inevitável

Para Valdo

a corda chega na beira do rosto

e espreme o riso farto

da falta de assunto

e não mata porque alimenta

a cabeça postiça

posta de aço

empunhando pastas sem pistas

das portas do povo

e os papéis dollarosos invadem as mãos

e se instalam na testa de ferro

curta e insaciável

a cabeça imposta

importa a conversa

e sacode o cuspe

na massa enorme

que engole o riso

e esconde o gosto

a corda não tem pressa

e prepara os campos maiores

para os passos do riso

e assegura a conversa sem risco

que empurra o corpo inocente

para perto da fossa

enquanto segura o rosto

para não deixar cair

a máscara postiça

de carne mesmo

a corda espera o riso maior

amarelo espantado

de medo do grito resposta

espalhado na rua

e então apertar logo

esperando que o resto seja feito pela

ASSEMBLÉIA GERAL